Laudo aponta falhas na maca que quebrou durante parto, matando bebê

Laudo do Departamento de Polícia Técnica (DPT) divulgado nesta sexta-feira, 30, sobre o caso do bebê João Henrique, que morreu ao nascer, no Hospital Luiz Eduardo Magalhães, em Porto Seguro, a 709 km de Salvador, no extremo sul da Bahia, no dia 23 de maio deste ano, aponta que "o acidente foi resultado de uma série de eventos relacionado, que vão desde a concepção das peças até a utilização de parafusos com diâmetro inadequado, comprometendo a estabilidade da conexão e desencadeando o colapso do sistema de sustentação do equipamento". A maca em que mãe do menino estava na hora do parto quebrou, derrubando mãe e filho recém-nascido.

Segundo a delegada Eliana Teles, titular da 1ª Delegacia de Porto Seguro, a empresa Mote Tabor, responsável pela administração do hospital, será responsabilizada civilmente, e o enfermeiro-chefe, Juliano Borges Calixto, será indiciado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar, mas assume-se o risco), pois, segundo ela, autorizou o uso na maca que quebrou durante o parto.

As assessorias de comunicação do Hospital Luiz Eduardo Magalhães e da Monte Tabor informaram que não irão se manifestar sobre o resultado do laudo. A mãe do bebê, Alcione Teixeira Santos, 28, que sofreu traumatismo na região do púbis e na perna direita por causa da queda, não foi localizada no povoado de Pindorama (30 km de Porto Seguro), onde reside.

"O que a direção do hospital pode antecipar é que a mesa cirúrgica foi fornecida pelo Estado, na época da inauguração do Hospital no final de 1999, e que desde abril de 2003, quando o Monte Tabor assumiu a gestão do mesmo, não houve nenhuma alteração de seus componentes, ou seja, sempre foram preservadas as peças originais e nunca houve um indício sequer que pudesse indicar alguma avaria, sendo sempre realizadas manutenções preventivas. Existe outra mesa cirúrgica no hospital da mesma remessa da acima citada, que continua sendo utilizada em seu perfeito estado e cumprindo o seu propósito. Depois do incidente, todas as mesas cirúrgicas passaram por uma nova checagem e nenhum defeito foi constatado", informa a assessoria do hospital.