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Empresário morto em ação de policiais é enterrado em Medeiros Neto

domingo, 26 de setembro de 2010


Será enterrado neste domingo, 26, em Medeiros Neto, a 947 km de Salvador, no extremo sul baiano, o empresário do ramo de lava-jato, Gilberto Aroeira de Azevedo, 40, morto na tarde de sexta-feira, 24.

Azevedo recebeu seis tiros quando estava na loja Celular e Cia, em Teixeira de Freitas, cidade vizinha a Medeiros. Os disparos foram dados por policiais à paisana que estavam em busca de bandidos.

A vítima tinha ido levar aparelhos celular para desbloquear os chips, quando, por volta das 15h, dois policiais militares invadiram a loja e atiraram contra ele, matando-o na hora. Às 12h, um dos policiais havia sido vítima de assalto na loja Celular Mania, também no centro.

O delegado coordenador da 8ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Corpin), Marcus Vinícius Costa, informou que o policial que foi assaltado pediu ajuda a dois colegas da Companhia de Ações Especiais em Mata Atlântica (Caema), do 13º Batalhão da Polícia Militar de Teixeira de Freitas, os quais iniciaram uma busca pelos bandidos.

O depoimento dos policiais, diz o delegado, é confuso. "Disseram que avistaram dois suspeitos na loja Celular e Cia. e pediram pra revistá-los. Um deles teria feito um movimento brusco e os policiais acharam que fosse uma reação e atiraram",disse.

Os policiais disseram ainda que Gilberto teria atirado dentro da loja e a bala atingiu a mão direita do mecânico Joab Medina de Lima, cliente da loja e que está internado no Hospital Municipal de Teixeira de Freitas. No entanto, Joab negou, em depoimento, que Gilberto estivesse armado ou feito movimento brusco.

"Este caso possui contradições. Pelo que ouvimos até agora, Gilberto e Joab estavam na loja como clientes e não eram assaltantes", disse o delegado, após lembrar que foi encontrado um revólver calibre 38 ao lado do corpo de Gilberto.

Ainda de acordo com o delegado, foi constatado pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) que o corpo de Gilberto foi modificado do local original. “Isso também está sendo levado em conta no inquérito policial”, disse. O delegado informou que vai ouvir mais pessoas nesta segunda-feira, 27.

Apuração – Os policiais envolvidos no caso tiveram seus nomes preservados pela polícia. O major da Caema, Ivanildo da Silva, disse que haverá punição para os culpados. "Estamos no início das investigações. Se tiver de punir, o faremos", declarou.

Gilberto Azevedo deixou dois filhos e mulher. Ele é natural de Medeiros Neto e havia chegado dos Estados Unidos, onde viveu por pouco mais de 4 anos e juntou dinheiro com a profissão de pintor. Ele voltou em dezembro do ano passado e, em abril, montou um posto de lava-jato.

No velório de Gilberto, nesse sábado, em Medeiros Neto, a família estava revoltada com a situação e queria justiça. A esposa Marly Rocha da Silva Azevedo, 35, e outros familiares, disseram que vão denunciar o caso no Ministério Público Estadual e pedir providências.

"Era um homem de bem que foi morto injustamente. Isso não pode ficar assim", disse a viúva.

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