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Bandidos trocam tiros na rua com a PM e fazem reféns em hotel de luxo no Rio
sábado, 21 de agosto de 2010
Policiais fortemente armados na porta do hotel Intercontinental, no Rio
Um grupo com dez supostos traficantes invadiu na manhã deste sábado o hotel Intercontinental, em São Conrado, um dos bairros com IPTU mais caro da zona sul do Rio de Janeiro, após troca de tiros com a polícia. O porta-voz da Polícia Militar, coronel Lima Castro, disse que 35 pessoas foram mantidas reféns, entre eles, cinco hóspedes, mas acabaram liberadas sem qualquer ferimento pouco antes do início da tarde. Os dez bandidos que estavam escondidos se entregaram aos policias do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope).
Segundo a polícia, um "bonde" de traficantes da Rocinha, que fica no bairro, estava voltando para a favela depois de terem passado a noite no Vidigal, morro próximo, dominado pela mesma facção criminosa. Por volta das 5h da manhã, na Avenida Niemeyer, que liga Leblon a São Conrado, o grupo encontrou com policiais do 23º BPM (Leblon). Começou então o tiroteio, que durou em torno de 40 minutos. Na fuga, dez bandidos armados com fuzis invadiram o Hotel Intercontinental, em frente à praia, e fizeram 35 reféns na cozinha.
Por volta das cinco da manhã, uma tropa da PM se deparou com suspeitos que estavam em carros, vans e motos, dando início a um confronto nas ruas do bairro. Durante o tiroteio, uma mulher que acabava de descer de um táxi foi atingida e morreu no local. Além dela, dois policiais, um soldado e um cabo, foram feridos levemente e encaminhados para o hospital Miguel Couto, zona sul do Rio. "Eu nunca vi tanto bandido junto. Todos estavam com a mesma roupa, estavam uniformizados e passavam pela rua dando tiros para o alto. Era uma praça de guerra", disse à Reuters uma moradora do bairro de São Conrado. "Tinha bandido até com colete a prova de bala", disse outro morador do bairro.
Após o confronto, os suspeitos se dispersaram, e parte deles entrou no Intercontinental. Pelo menos 400 pessoas estavam hospedadas no hotel, que abrigava também um congresso de Odontologia. O Bope e o Batalhão de Choque da PM participaram das ações. O túnel próximo à região foi fechado durante as buscas.
Foram quase duas horas de negociação para libertar os reféns. A mãe de um dos bandidos, morador da Rocinha, chegou a ser chamada para convencer o filho a se entregar. "Eu pedi, mas ele não quis me ouvir", disse Dinalva, chorando muito na porta do hotel.
Mesmo assim, minutos depois, o grupo libertou os reféns e se entregou à policia. Além do Bope, policiais de outros dois batalhões cercaram a área. Até o "caveirão", o carro blindado da polícia, foi chamado para ajudar na operação.
Junto com os bandidos, foram apreendidos oito fuzis, cinco pistolas, granadas e farta munição. A Polícia Militar continuou suas buscas na região durante a tarde para identificar se há outros bandidos que tenham participado do tiroteio em São Conrado.
Neste domingo, acontece a Meia Maratona do Rio e a largada está prevista para ocorrer justamente na praia de São Conrado, a poucos metros do hotel. O time do Fluminense, que geralmente fica hospedado no hotel invadido pelo grupo armado, decidiu se hospedar em outro local por conta da ação dos traficantes.
Pânico - O relato dos moradores revela um cenário de terror. Motoristas que estavam dentro do túnel Zuzu Angel, que liga São Conrado à Gávea, chegaram a voltar de marcha a ré. O trânsito acabou sendo fechado pelos funcionários da Companhia de Engenharia de Tráfego durante mais de uma hora. Bandidos invadiram condomínios de classe alta tentando fugir da polícia. Outros entravam em ônibus que passavam pelo lugar.
o meio do tiroteio, moradores se jogavam no chão para tentar se proteger. Lojas foram atingidas pelos tiros. O Shopping Fashion Mall, famoso por suas lojas de grifes sofisticadas, não abriu.
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